-->

24 julho 2011

Kimi ga Nozomu Eien (TV)

- Autor: agê
- Diretor: Tetsuya Watanabe
- Estúdio: Fantasia
- Ano: 2003/2004

OP:
 ED:

Primeiro quero informar que este post não faz parte da blogagem coletiva, pois o projeto do Panino Manino propõe a discussão dos acontecimentos da série e julgar a posição que cada um dos personagens tomou no seu decorrer. Estou escrevendo este post para o público que ainda não conhece a série e provavelmente não está certo de seu valor, após ver tantas opiniões divididas em apenas um fim de semana.



Baseado num eroge e visual novel da âge, Kimi ga Nozomu Eien é um anime do gênero drama/romance que foca na relação de um triângulo amoroso que se formou durante os dias de escola. Tudo começa quando a jovem e tímida Haruka Susumiya (por Minami Kuribayashi), com a ajuda de sua melhor amiga, Mitsuki Hayase (por Chiaki Takahashi), se declara para Takaiyuki Narumi (por Kishou Taniyama) sob uma árvore que, em tese, dá sorte aos casais que se unirem lá. O jovem, apesar de não conhecê-la muito bem, não queria ferir os sentimentos da moça, então ele aceita.



O início da relação é difícil, pois ambos só se conheciam de vista, por intermédio de Mitsuki e Shinji, o melhor amigo de Takaiyuki. Porém, após uma série de casos e acasos, ele começa a corresponder aos sentimentos de Haruka, e assim nasceu mais um casal feliz no mundo. O único inconveniente no meio disso tudo, é que Mitsuki também gosta de Takaiyuki.

Até ai, nada de anormal. Bem, a alegria do casal e de quem esperava uma linda comédia romântica com muita água e açúcar acaba agora. Em geral, os conhecedores da série a definem com uma palavra, “tragédia”. Definição justificada após o segundo episódio, onde somos apresentados ao fato que mudaria e marcaria a vida dos três por toda a vida.

Esse fato leva à trama verdadeira, que ocorre três anos após o incidente, quando todos já estão ingressando no mundo adulto e aparentemente já superaram tudo. Mas, como nem tudo são flores, o passado volta a perseguí-los. Como? Assista e descubra.


 
A série conta as idas e voltas da relação do triangulo amoroso que ainda existe entre Takaiyuki, Haruka e Mitsuki. Porém, agora não é só o amor que conta, existe culpa e o arrependimento que influenciam em suas atitudes, e são nos 14 episódios que vamos conhecendo melhor o trio e vendo características um tanto quanto raras em animes, como fraqueza, egoísmo e desonestidade.  Vemos aqui, um mundo onde dizer “eu te amo” já não significa muita coisa, pois nem tudo o que dizemos é, necessariamente, verdade. Além disso, todos acabam sofrendo no passar dos episódios, não há mocinho e vilão no meio disso, já que todos agem em nome de sua própria felicidade. Cada um tem sua própria verdade, e no fim, não há como isso acabar sem que alguém se machuque. Não há possibilidade de um final feliz.



Mas também, não se pode caracteriza-la como algo digno do rótulo “realista”, pois a direção e o roteiro induzem o público a tomar partido e torcer por um lado. O problema é que a história fica muito presa na simples indecisão de Takaiyuki, somado a umas atitudes surpreendentemente estranhas e inesperadas (forçadas seria um termo melhor) dele e de outras personagens do elenco (Akane que o diga) faz com que o anime lembre muito uma novela das oito, estilo “A FAVORITA”. [Deixo que cada um julgue isso como bom ou ruim por conta.]



A animação, apesar de ultrapassada e não muito agradável para os olhos dos fãs mais modernos, é bela, com um character design um tanto quanto adulto dos personagens e com cores vivas que contrastam com o clima do anime. As músicas cumprem o papel de aumentar o peso das cenas, mas não passam disso. As aberturas e encerramento por outro lado chegam a surpreender, principalmente Rumbling Hearts, tocada no final do segundo episódio.




Não é uma boa ideia que um iniciante no gênero drama tente assistir a série, pois se trata de 12 episódios de melancolia e drama pesado. Não é raro acontecer de suspirar de alívio no momento em que a música de encerramento se inicia. Para os mais conhecidos e preparados, sugiro que veja com olhos neutros, ou seja, não tente identificar o certo e errado enquanto assiste. Seria o mesmo que tentar averiguar a fidelidade de Capitu em “Dom Casmurro” (Machado de Assis).

Nota: Para os que não gostaram do final, há um OVA chamado Next Season que conta o final alternativo da história e para os que gostam da Akane (creio que não sejam muitos) também existe um OVA chamado Akane Maniax que conta o que houve com ela após o término da série de TV.



 

2 comentários:

  1. Alô Kico7!

    ¨ Nota inicial: Considerando qualquer sinopse o comentário abaixo não poderia ser considerado Spoiler,se refletindo apenas de 2 vagas lembranças que tenho do sempre 'tendencioso' ,Video Quest,na blogagem coletiva da época.As recordações seriam: algo que tem a ver com a imagem de Haruka Susumiya de cabelo maior e o impacto na forma da futura Mitsuki Hayase se relacionar.

    E depois disto,as opiniões quanto =

    * ao enredo:

    Neste anime todos se poupam de escolher alguma coisa,simplesmente deixam a faculdade de optar nas mãos de terceiros e se deixam levar comodamente como alguém que não deseja retirar uma farpa porque seria...incômodo.
    Comparativamente seria como na visão não-conflituosa do pensamento oriental que se desvia/abstem de conflitos diretos.Contudo a imaturidade dos integrantes desta e de quaisquer histórias é imprescindível,pois o interessante é acompanhar o caminho do Ponto A até vejamos...o Ponto D,onde comumente não é uma viagem sem escalas.
    E é aí que está a beleza da coisa. ;-)

    * a OP/EDs:

    - Kimi ga Nozomu Eien Opening => Reflete as memórias idealizadas mesmo depois do que viria a acontecer;já denota um desapego ao futuro e fingir viver a ignorância.
    Predominantemente claro,com ideia de felicidade e em raros momentos de reconforto.Ritmo: Pop dançante.

    - Kimi Ga Nozomu Eien Ending => Passa a ideia de inocência,descompromisso,simplicidade e inalteração desta visão feliz.Animados num simples encontro de amigos para admirar as estrelas pelo telescópio.
    Usa suave penumbra que evidencia o azul,roxo e algumas sombras e luminosidades ocasionais.
    Ritmo: Pop romântico.

    - Rumbling hearts => Remete às origens eroges do Anime e nas imagens estáticas das Visual Novels,desnudando os corpos insinuantes,porém com uma mensagem adversa passada pelos olhos inquietos e tristes.
    Ritmo: Pop Dance com uma equalização que faz reverberar medianamente.

    - Kimi ga Nozomu Eien (ed full) => Sugere alguma coisa como tocar a vida em frente.Alternam-se os humores em oscilações praticamente cíclicas.
    Descrição: Numa voz bem melancólica para um Pop Dance,tem uma variação envolvente.

    * ao seu post: Esforço reconhecível em não fazer o leitor não tomar partido,inclusive omitindo fatos(SPOILERs da série) que induziria ao juízo de valor.
    Conseguiu algo considerável aqui: informação,neutralidade e imprimir algum estilo ao post.Muito Bom!


    -- Conclusão presumida: O traço remete à normalidade do cotidiano;As cores funcionariam como um tipo de alívio visual e contraste;As OSTs acentuariam a densidade dos momentos;OP/EDs são bem expressivas e creio que a quem assistí-las no decorrer da série as achariam marcantes.
    E finalmente o gênero drama/romance de Kimi ga Nozomu Eien transcenderia facilmente a um Slice of Life com uma carga dramática que desafiaria a imparcialidade.


    See you!

    ResponderExcluir
  2. Agradeço o comentário e "review da review", caro Anônimo.

    Eu sinto mais ou menos isso pela OP e ED. Uma coloca os sentimentos e memórias idealizados do grupo. Porém, a ED me fez sentir aquela ideia de "fuga", aquele famoso papo de "já houveram dias felizes, mas não tem mais volta".

    Estava um tanto quanto agitado na época que o escrevi, já que durante o blogagem coletiva haviam opiniões muito divididas sobre as ações de todo o elenco de personagens da série. Aprecio suas palavras dirigidas ao post .

    ResponderExcluir